sexta-feira, 24 de junho de 2011

Carta de adesão do Coletivo Pedagogia em Luta-Ceará à Plenária Nacional Classista e Combativa

Companheiros,

Infelizmente não foi possível o comparecimento de todos os membros do coletivo Pedagogia em Luta-Ceará à Plenária Nacional Classista e Combativa, todavia, reconhecemos a importância da plenária para a organização de um movimento estudantil classista e combativo para além das estratégias governistas e paragovernistas presentes na atuação da maioria das organizações políticas que cooptadas, se caracterizam enquanto entidades do governo ou coadunam com práticas similares.

O Coletivo Pedagogia em Luta, filiado á Rede Estudantil Classista e Combativa,reafirma ainda sua posição contra as reformas e políticas educacionais que precarizam as instituições públicas de ensino em todas as suas instâncias e favorecem as instituições privadas de ensino, distanciando os filhos da classe trabalhadora do conhecimento científico necessário à apreensão da realidade. Para tanto, o coletivo lamenta não está completamente presente na construção da Plenária Nacional Classista e Combativa, sendo possível a presença de apenas um de seus membros, mas se solidariza com às discussões propostas para a reorganização do movimento estudantil através do forte trabalho de base que vem sendo realizado pela RECC.

COLETIVO " PEDAGOGIA EM LUTA-CEARÁ"
POR UMA EDUCAÇÃO À SERVIÇO DA CLASSE TRABALHADORA


Construir a Plenária Nacional Classista e Combativa!
Fora UNE e UBES governistas!
Abaixo o corte de 3 BI na educação!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A questão da segurança na UFC: entre a segregação social e a retomada dos espaços públicos

Nota II – Junho de 2011 - http://pedagogiaemluta.blogspot.com

As últimas semanas na UFC foram marcadas por intensos assaltos, os mais notórios ocorreram no bosque da Letras, no Campus do Benfica. No Pici a onda de assaltos é mais antiga e recebeu menos atenção da mídia burguesa por ser um bairro periférico.

O capitalismo gera a criminalidade

É preciso deixar claro que os assaltos no Benfica não refletem apenas o aumento da criminalidade, essa seria uma análise superficial. Se quisermos entender profundamente a questão, devemos entender os assaltos e a criminalidade em geral como produto da precarização das condições de vida do povo (habitação, trabalho, saúde, educação). Essa precarização das condições de vida aumentou nas últimas décadas de neoliberalismo que vivemos no país, onde foram atacados os direitos sociais do povo brasileiro a mando de organismos financeiros internacionais como o FMI, BID e Banco Mundial e executado pelos governos Collor, Itamar, FHC, Lula e agora Dilma, visando a participação do Brasil no processo mundial de acumulação capitalista.

A resposta dos governos municipais e estaduais cearenses foi transformar as questões sociais, como moradia e trabalho, em caso de polícia, achando que iriam resolver nossas mazelas sociais contratando mais policiais, a exemplo da criação do Ronda do Quarteirão, que possui uma atuação preconceituosa nas periferias, espancando o povo pobre e negro.

A política de segregação da Reitoria é um retrocesso para a universidade

O bairro do Benfica possui algumas peculiaridades que merecem destaques. O bairro foi conhecido por sua grande influência cultural, celeiro de grandes artistas cearenses. Músicos, poetas, atores e pintores se encontram (ou se encontravam) no bairro. A prova do potencial cultural do lugar é tal que se articula entre UFC e Governo Estadual a criação de um centro cultural no Benfica.

Entretanto, desde sua posse, a política do reitor Jesualdo Pereira se mostra completamente contraditória. Enquanto se mostra defensor do Centro Cultural do Benfica, Jesualdo ficou conhecido por proibir as calouradas e eventos culturais na Concha Acústica, como a tradicional festa de final de ano “Remember Beatles” que ocorria na Concha a quase vinte anos! E mesmo com a deliberação do Congresso de Estudantes da UFC para que reabrissem os espaços, o reitor manteve a intransigência e os espaços fechados na Universidade. Assim, diminui-se os espaços culturais e de convivência na universidade, vetando ou dificultando a relação da universidade com a comunidade.

Infelizmente a proposta apresentada pela Reitoria vem a desenvolver a política de cerceamento dos espaços através de câmeras de vigilância, catracas e cartões de identificação. Afastando e segregando ainda mais o povo da universidade, tornando-a cada vez mais elitista, abandonando todo o principio da universidade servir a comunidade. Dessa forma a UFC tenta se envolver em uma bolha distante da sociedade, em uma falsa sensação de segurança.

Primeiramente é preciso frisar que não há nada que venha mudar a situação de problemas como esse imediatamente, todas as soluções tem que ser pensadas a médio-longo prazo. No entanto as proposições da atual reitoria vão na contramão do nosso entendimento. A segurança da UFC é terceirizada, sendo um trabalho precarizado que é estranho a universidade. É necessário, como na USP nesse ano, levantar a bandeira da efetivação dos trabalhadores terceirizados. Para que possamos debater com os seguranças cara a cara, como um corpo único da universidade e não termos que passar por intermediários.

A solução passa pela retomada e desenvolvimento dos espaços públicos

Para concluir, é preciso enfatizar, que as possíveis soluções para a segurança na Universidade é a iluminação, a ocupação e retomada dos espaços públicos. Se aceitarmos essa política de Estado de Sítio da Reitoria só aumentaremos a segregação do povo com a Universidade e criaremos lugares mais vazios, desocupados, portanto mais perigosos.

É importante assinalar também que a antiga política legalista de audiência pública do DCE-UFC (PSOL, PSTU, PCR) demonstrou mais uma vez completamente ineficiente, dessa vez nas esvaziadas “Jornadas pela Democracia da UFC”. Nesse atual período é necessário apostar na ação direta e na aliança trabalhadores-estudantes para resolvermos nossos problemas.

Entendemos que as políticas de audiência pública são o oposto do protagonismo e da ação direta estudantil, pois se dá dentro dos marcos da legalidade burguesa, fazendo do estudante um mero espectador a mercê das decisões de terceiros. Ela atrofia a capacidade de mobilização estudantil, dificultando uma participação ativa dos estudantes na luta por suas reivindicações.

Devido ao exposto é necessário convocarmos e construirmos com toda a universidade, professores, estudantes, servidores e trabalhadores terceirizados uma grande assembleia para discutirmos a política de segregação de Jesualdo e a construção de uma UFC para o povo, através do diálogo constante com a comunidade e a retomada dos espaços públicos.

PELA EFETIVAÇÃO DOS SEGURANÇAS E DEMAIS TRABALHADORES TERCEIRIZADOS-PRECARIZADOS AO CORPO DA UNIVERSIDADE!

PELA ILUMINAÇÃO E OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS DA UNIVERSIDADE!

CONTRA A POLÍTICA SEGREGACIONISTA DA REITORIA! ABAIXO O ESTADO DE SÍTIO!

NENHUMA ILUSÃO NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS!

POR UMA ASSEMBLÉIA SINDICAL E ESTUDANTIL NA UFC!


VENHA CONSTRUIR O COLETIVO PEDAGOGIA EM LUTA E A RECC

(REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA)!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A RECC convoca os sinceros lutadores anti-governistas à Plenária Estudantil Classista e Combativa

“Contra a intolerância dos ricos, a intransigência dos pobres.
Não se deixar esmagar, não se deixar cooptar. Lutar Sempre!”
Florestan Fernandes



Camaradas,

A dois anos atrás um grupo de estudantes descontentes com a via legalista e reformista hegemônica no ME compreendeu que a estratégia de Reorganização passaria inexoravelmente pela articulação de base, levada a cabo numa perspectiva não imediatista. Tal estratégia se torna ainda mais fundamental a partir momento em que a até então principal entidade de agremiação estudantil do país, a UNE, passa claramente a defender os projetos do capital através de sua subordinação ao Estado-capitalista com a eleição de um dos seus à Presidência da República em 2002: o ex-operário Lula da Silva. Esta subordinação, no entanto, é apenas o resultado final da direção política reformista e legalista que a UNE já vinha tomando, mais ou menos, desde sua refundação em 79 - com o PCdoB e, posteriormente, com o PT. Outro não pode ser o resultado final, quando o movimento de massas opta e "conquista o poder" pela via parlamentar, que a ingerência dos espaços de base e sua consequente paralização diante dos ataques deste mesmo Governo.

Esta política traz como resultado ao ME a nefasta concepção aparatista das entidades. Quer dizer, quando a disputa para se estar na direção de tal ou qual aparato é o maior fundamento da ação a ponto de relegar a organização de base dos estudantes ao segundo plano, distanciando-o então da própria direção: a burocratização. Se o fundamental é a disputa eleitoral-burguesa, as entidades de base significam tão somente um espaço de representação oficial, e não real, e que concederá pequenos privilégios de estrutura, além, é claro, de servir como trampolim a futuros candidatos ou dar visibilidade a disputa eleitoral-burguesa. Isto é realizado não só na falida UNE, mas também nas entidades de base, tal como CA's, DA's, DCE's e Grêmios, seja pela correntes abertamente governistas (PT, PCdoB) mas também, em algum grau, por forças políticas que dizem fazer oposição (como PSTU e PSOL). Vale tudo para estar no aparato: reduzir seu programa para ganhar os votos da base, formar chapa e chamar votos a partir do coleguismo, caluniar, fraudar eleições e etc. Assim, a política parlamentar-eleitoral tem como seu colateral a organização burocrática dos espaços do ME. A constatação final é, então, que o ME brasileiro possui não somente uma crise de direção, mas também uma crise de organização.

Coerente com esta análise, nasceu em junho de 2009 a RECC. A RECC, diferente do que possa parecer, não se propõe a ser uma nova entidade representativa do ME. Nossa concepção de Rede pressupõe justamente que a tarefa de Reorganização é um processo que não se realizará a curto prazo, pois que a hegemonia governista, reformista e legalista, que impõem ao Movimento sua subordinação às regras do jogo burguês, retardando-nos nas lutas de resistência contra os ataques do Estado e da Burguesia, esta hegemonia nos traz um refluxo histórico, insuperável a curto prazo. Poderíamos nos embriagar com esta ilusão caso nos colocassemos tarefas pura e simplesmente imediatas. No entanto, compreendemos que os estudantes, particularmente os estudantes-trabalhadores e pobres, possuímos tarefas mais complexas que a tomada de aparatos ou que as insuficientes lutas de resistência espontâneas, mas que é nosso dever precipitarmo-nos organizadamente contra o Estado e a Burguesia impondo pela força coletiva das massas nossas maiores demandas, qual seja: que a educação esteja a serviço da classe trabalhadora. A realização deste objetivo perpassa, também, a aliança estudantil-proletária onde, em nossa concepção, devem estar aliados organicamente através de uma Central de Classe. Assim, a estratégia para a Reorganização nos leva a tática da articulação dos estudantes de base, não somente a nível local, mas ao nível nacional. A RECC é, então, uma Rede que congrega diversas organizações de base, entendidas aqui como Oposições à Grêmios, DCE's ou CA's, como coletivos de curso nas universidades, pró-Grêmios nas escolas secundaristas etc.

Exposto dessa forma, a RECC lança novamente um chamado aos sinceros lutadores anti-governistas do Movimento Estudantil para construírmos esta Rede Combativa no Brasil. Consideramos fundamental que os estudantes independentes e coletivos classistas estejam discutindo e construindo as lutas pelos métodos de base, principalmente nesse momento específico do corte de 3,1 bilhões na educação, de aprofundamento da precarização nas universidades pela Reforma Universitária neoliberal levada a cabo pelo governo de Dilma (PT/PMDB), de aumento das tarifas de ônibus e etc. Nenhuma agressão deverá passar sem resposta. Convocamos assim todos os camaradas estudantes do povo para comparecerem à Plenária Nacional Classista e Combativa, que se realizará entre os dias 23 e 26 de junho no Rio de Janeiro, na UFRRJ, organizada pela RECC de forma paralela e independente politicamente do congresso da ANEL - entidade esta que não construímos por discordarmos de sua linha política para-governista e sua concepção equivocada de reorganização. Lançamos como tema geral desta Plenária Nacional a discussão sobre o novo PNE 2011-2020, o corte orçamentário e o acesso e permanência nas Universidades brasileiras, assim como nos predispomos a realizar outras reuniões neste espaço com o intuito particular de discutir o ingresso na RECC. Camaradas, compareçam! A luta é árdua e longa, e devemos dar início imediatamente!


Construir a Plenária Nacional Classista e Combativa!
Fora UNE e UBES governistas!
Abaixo o corte de 3 BI na educação!




Brasil, 2 de junho de 2011.
REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA - RECC